Mostrando postagens com marcador Curiosidades. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Curiosidades. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 13 de março de 2024

Criando coragem para sair em público de saia sendo homem

Traduzido de Alex Seifert

Um homem que decide usar saia, vestido, salto alto ou qualquer peça de vestuário considerada como roupa feminina pela sociedade, precisa ter uma certa dose de confiança, atitude rebelde e independência. Para muitos homens é inimaginável essa situação, mesmo que eles gostem de usar essas roupas em casa e tenham vontade de poder usá-las fora de casa.

Criar coragem para usar essas roupas em público pode ser resumido em um único ponto básico: confiança. Você precisa estar confiante de si e se sentir confortável ao usá-las para conseguir isso. Também é algo que requer prática, mas ajuda se você estiver preparado para as reações dos outros em público.


Reações

As primeiras vezes fora de casa tendem a ser difíceis porque a maioria de nós sente uma necessidade profunda de aprovação das outras pessoas e tem medo de reações negativas. Ir contra a corrente geralmente não garante a aprovação que desejamos.

Dito isto, quando você sai de casa, qualquer nervosismo eventualmente diminui quando você percebe que nada vai acontecer com você. No início, você terá vontade de se esconder nas sombras para que ninguém possa vê-lo, mas a realidade é que a maioria das pessoas nem presta atenção em você.

Das poucas pessoas que irão perceber, a maioria não se importa o suficiente para dizer ou fazer qualquer coisa. Eles podem ficar surpresos ou levantar as sobrancelhas, mas fariam o mesmo se você estivesse vestindo uma fantasia de palhaço: eles fazem isso porque ficam surpresos ao ver algo incomum.

Se alguém disser algo, entretanto, é bem provável que seja algo positivo. Na minha experiência, encontrei várias mulheres que elogiaram a minha roupa e a minha coragem de usar salto alto ou saia em público. Até agora, todos os elogios que recebi foram de mulheres. Não creio que os homens pensem necessariamente de forma negativa sobre isso, mas eles foram condicionados a acreditar que elogiar a roupa de outro homem é algo considerado “gay” ou alguma outra bobagem – basta pensar em como os meninos tratavam uns aos outros na escola primária. Eles provavelmente não te elogiariam nem se você estivesse vestindo um terno elegante, hiper-masculino e feito sob medida.

Infelizmente, ainda haverá um mau caráter ocasional que sente que precisa lhe dizer como você não se vestir. Essa pessoa pode lançar insultos contra você ou perguntar se você está tentando ser mulher, mas isso é uma forma de insegurança da parte dele ou uma maneira grosseira de tentar entender o que está vendo.

Para lidar com uma reação negativa, é importante entender de onde vem essa pessoa e por que está reagindo negativamente. Na minha experiência, eles se enquadram em duas categorias: são inseguros ou totalmente confusos.

Muitos homens são inseguros em sua masculinidade, apesar de darem a impressão de que são extremamente confiantes. Esses são os tipos que ficarão insultados por você parecer confiante em roupas “femininas” e podem achar necessário dizer algo para consertar o buraco que você acabou de abrir em sua falsa masculinidade. Isso é especialmente verdadeiro se eles estiverem com um grupo de amigos e sentirem a necessidade de provar o seu valor.

A visão de um homem que usa roupas que não "combinam" com o seu gênero será totalmente estranha para muitas pessoas. Se eles fizerem perguntas estúpidas, como se você está tentando ser mulher, essa é apenas a maneira deles de tentar entender o que eles estão vendo. Você pode considerar isso um mau funcionamento temporário da parte educada do cérebro enquanto eles processam o que seus olhos lhes apresentam. Alguns podem querer dizer isso de forma maliciosa, mas se enquadram na primeira categoria de insegurança. A maioria dos que fazem perguntas estúpidas ficarão simplesmente atordoados demais para perceber que estão fazendo isso. Nesse caso, uma explicação paciente e confiante será de grande ajuda.

Confiança é a chave

Como diz o cabeçalho: confiança é a chave para conseguir usar qualquer peça incomum em público e fazer com que pareça bonito. Isso se aplica tanto aos vestidos femininos quanto a um traje de palhaço. Há diversas pessoas por aí que não teriam confiança para usar uma fantasia de palhaço em público.

Saber o porquê de você gostar de usar essas roupas te ajudará a se sentir mais confiante. Isso não apenas permitirá que você se compreenda como ajudará a eliminar qualquer insegurança que possa ter sobre o que você está fazendo, mas também lhe dará uma explicação pronta para as pessoas quando inevitavelmente aparecer alguém perguntando o temido motivo.

A prática também é fundamental. No início, você deve usar essas roupas pela casa e senti-las. Você precisa estar acostumado com sua própria aparência e precisa ter experimentado o que fica bem em você antes de sair em público. Afinal, é uma mudança razoável de estilo.

Se você já faz isso há algum tempo e está pronto para dar o salto para a esfera pública, sugiro que você comece usando roupas híbridas. Talvez com algo masculino como um kilt. Você ainda pode receber olhares ocasionais de outras pessoas, mas já não será porque você está vestindo roupas tipicamente associadas a mulheres!

A partir daí, passe para saias combinadas com uma camisa masculina antes de usar vestidos completos. Lenta mas seguramente, introduza mais e maiores elementos do seu guarda-roupa feminino, em vez de usar tudo na primeira vez.

Se você está tentando criar coragem para sair de salto alto, comece com algo baixo e não tão chamativo. Não vá direto para as sandálias de salto agulha de 15cm que todos nós amamos. Em vez disso, opte por saltos mais baixos e quadrados. Muitos deles ainda têm um salto mais macio e silencioso, para que não atraiam a atenção como fariam os cliques dos saltos normais. As botas Chelsea ou qualquer tipo de bota curta são uma boa escolha para começar porque não são tão obviamente femininas. Tal como acontece com saias e vestidos, vá gradualmente até o par de saltos mais feminino.

Você deve incorporar tudo isso em roupas que lhe agradam. Se você puder se olhar no espelho e ficar satisfeito com o que está vestindo, isso aumentará sua confiança! Isso exigirá um pouco de experimentação, mas eventualmente você encontrará combinações adequadas para o seu corpo.

Outra maneira de aumentar sua confiança é conversar com pessoas que pensam como você. Existem inúmeros fóruns e encontros de homens que gostam de usar roupas que não correspondem ao gênero e muitos deles são veteranos em usá-las em público. Não há nada como apoio em grupo e ler ou ouvir sobre as experiências de outras pessoas para se encorajar!

Conclusão

Quando comecei a escrever este artigo, certamente não pretendia incluir tantas referências a fantasias de palhaço como fiz, mas quanto mais pensava nisso, mais eu percebia que usar uma saia em público não é muito diferente de usar uma fantasia de palhaço. Para usar saia ou salto alto como homem é preciso uma boa dose de confiança e você vai surpreender as pessoas.

É claro que não quero dizer que saias ou vestidos sejam de qualquer outra forma comparáveis aos trajes de palhaço. Para mim, trata-se mais do que é exigido de uma pessoa para sair em público em um traje desses. Mas, novamente, os trajes de palhaço são muito coloridos e barulhentos e, como tal, atrairão muito mais atenção do que uma roupa bem pensada que inclua, digamos, uma saia. Então, vou deixar você julgar qual seria mais difícil de fazer.

No final das contas, tudo se resume a ter confiança em se preparar para as reações das outras pessoas, entender sua motivação, praticar e ficar feliz com sua roupa. Quanto mais você enfrentar a esfera pública e se envolver com a comunidade de homens que pensam como você, tanto online quanto localmente, mais fácil será. Em algum momento, você vai se perguntar por que hesitou em fazer isso durante tanto tempo.

Você já saiu em público de saia, vestido, salto alto ou alguma outra peça de roupa feminina? Quais foram suas experiências? Como você criou coragem para fazer isso? Conte a sua experiência nos comentários abaixo!

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Crossdressers e super-heróis

Tranduzido de Gin-Kim

O que os crossdressers têm em comum com os super-heróis? Provavelmente nada que você esteja pensando, mas há uma questão que certamente existe em ambos: a identidade secreta. Os super-heróis geralmente mantêm sua identidade em segredo. A maioria dos seus amigos e familiares não saberiam que eles são justiceiros durante à noite ou até mesmo aquele herói mascarado que é celebrado pela população de sua cidade. Veja o Homem-Aranha, por exemplo, ele teve que se esforçar muito para manter sua identidade em segredo, mesmo que às vezes ele acabasse entrando em situações difíceis com sua família.

Isso não é muito diferente com os crossdressers. Embora eu não tenha as estatísticas oficiais, tenho quase certeza de que o número de crossdressers que estão no armário é cerca de 90% de toda a população de crossdressers. Ao ser exposto às pessoas que você conhece ou ama, você está se expondo ao alto escrutínio delas. Por que ele se traveste? Ele é um pervertido? Mesmo profissionalmente, você receberá um grande dedução no trabalho por aqueles que não têm a mente tão aberta. Por que correr esse risco? Estas são provavelmente algumas das razões pelas quais os crossdressers preferem ficar incógnitos.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Minha jornada no crossdressing: encontrando o meu estilo

 

Traduzido de Destarte

Dizem que moda é o que você encontra nas vitrines enquanto estilo é como você veste essas roupas.

Eu sempre tive senso de estilo. Costumo combinar bem as minhas roupas (masculinas) e as cores. Não sou um desses caras que usa listras com xadrez. Gosto que minhas roupas fiquem bem e sirvam bem em mim.

Aprendi que vestir roupas femininas leva o estilo a um nível completamente diferente. É fazer álgebra em comparação com matemática básica.

Quando comecei a me montar, não tinha ideia de todos os diferentes estilos de vestidos e saias que existiam. Eu apenas pensava que eram apenas vestidos e saias. Agora eu sei que podem ser tipo lápis, em A, bata, etc, etc. Então, na minha jornada, também tem sido uma educação. Também me tornou uma grande admiradora de mulheres que sabem montar looks lindos.

Quando comecei a me vestir, gravitei em torno dos vestidos. Eu realmente gosto de sua aparência e de serem tão exclusivamente femininos. O problema é encontrar um estilo que fique bem no meu corpo masculino. Posso encontrar vestidos que gosto muito mas, quando os experimento, não lhes faço justiça. Então, por enquanto, costumo usar saias com muito mais frequência.

Questão paralela, aqui vai uma pergunta para você: Existe limite de idade para vestidos curtos? Ou é uma preferência estritamente pessoal? Quando estou navegando online, vejo muitos vestidos que gosto muito, mas, muitas vezes, são bem curtinhos. Então, quero saber se há verdade na filosofia de comprimento do vestido “apropriado à idade”? Mais de uma pessoa me disse que tenho pernas para usar saias e vestidos mais curtos, então esse não é o problema. E para ser sincero, na segunda-feira, quando usei minha saia plissada, usei-a como uma minissaia, onde ficava uns bons cinco centímetros acima do joelho, e acho que fiquei bem com ela.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

O que acontece quando os papéis de gênero são forçados às crianças?

Traduzido de Emanuella Grinberg (CNN)

A maioria das aulas de educação sexual começa no ensino médio, mas um novo estudo (2017) sugere que, independentemente do local onde as crianças vivam, o verdadeiro debate sobre relacionamentos, identidade e sexualidade deve começar ainda mais cedo para minimizar os impactos negativos dos papéis de gênero.

Você provavelmente já ouviu isso antes: mais do que a biologia, a família, os amigos e a sociedade influenciam as impressões sobre o que significa ser menino ou menina, colocando rígidas expectativas de gênero nas crianças desde o berço. Nos últimos anos, um crescente grupo de pesquisa tem-se centrado nos desequilíbrios na saúde que surgem da aplicação de normas de gênero nas crianças.

O estudo, publicado no Journal of Adolescent Health (Jornal de Saúde do Adolescente), contribui com uma perspectiva global para esta questão. A principal conclusão: quer a criança esteja em Baltimore, Pequim ou Nova Deli, o início da adolescência desencadeia um conjunto comum de expectativas de gênero rigidamente aplicadas, associadas a riscos crescentes de problemas de saúde física e mental ao longo da vida.

Pesquisadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg e da Organização Mundial de Saúde colaboraram num estudo global sobre pré-adolescentes para identificar temas universais no desenvolvimento da identidade de gênero em todos os países e níveis de rendimento.

“Os riscos para a saúde dos adolescentes são moldados por comportamentos enraizados nos papéis de gênero que podem estar bem estabelecidos nas crianças de 10 ou 11 anos de idade”, disse Kristin Mmari, professora associada da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg e principal pesquisadora da análise qualitativa do estudo global sobre pré-adolescentes . “No entanto, vemos bilhões de dólares sendo investidos em todo o mundo em programas de saúde para adolescentes que só entram em vigor aos 15 anos e, nessa altura, provavelmente será tarde demais para fazer uma grande diferença.”

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Tudo o que você precisa saber sobre Femboys

Traduzido de God of Porn

Homens que viveram no crepúsculo do gênero

Femboys, também chamados de crossdressers (ou homens femininos) ou indivíduos que não se conformam com o gênero, são homens e garotos que desafiam as expectativas da sociedade ao admitir seu lado feminino por meio da moda, aparência e comportamento. O termo “femboy” é uma combinação de “feminino” e “menino” e abrange uma forma específica de expressão de gênero.

A cultura Femboy tem uma história rica, que remonta a civilizações antigas onde o travestismo era uma forma generalizada de expressão artística. Nos últimos anos, a ascensão da tecnologia e da Internet trouxe mais atenção à comunidade femboy, permitindo-lhes se conectar, partilhar experiências e destacar a sua visão única da feminilidade.

O objetivo deste artigo é fornecer uma compreensão mais abrangente da experiência femboy. Ao mergulhar em experiências em primeira mão, moda e estilo, e nos obstáculos enfrentados na sociedade, pretendemos obter uma compreensão mais aprofundada deste mundo diverso e colorido. Nosso objetivo é desafiar estereótipos, defender a aceitação e celebrar a expressão única da feminilidade na masculinidade.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Comunicação Feminina: Construa conexão e empatia

Traduzido de Kathi King

A comunicação desempenha um papel significativo no nosso dia a dia. Não se trata apenas do que dizemos, mas também de como dizemos e de como respondemos uns aos outros. A comunicação feminina possui atributos únicos que a tornam particularmente eficaz no estabelecimento e manutenção de relacionamentos.

Como homens femininos, podemos moldar a nossa comunicação de várias maneiras para criar conexões mais profundas e expressar empatia. Aqui estão alguns aspectos da comunicação feminina:

1. Sorrir: As mulheres muitas vezes sorriem prontamente. Isso ajuda a criar uma atmosfera amigável e convidativa na qual outras pessoas se sintam confortáveis para se expressarem. Imagine que você encontra uma nova colega na cozinha do escritório. Em vez de simplesmente passar reto, você a cumprimenta com um sorriso e pergunta como foi o dia dela. Esse sorriso abre a porta para uma conversa amigável onde vocês podem discutir sobre trabalho e interesses em comum.

2. Expressar Emoções: As mulheres são muitas vezes mais abertas na expressão das suas emoções e usam uma linguagem expressiva para transmitir os seus sentimentos. Isso permite que os outros se sintam compreendidos e aceitos.

Sua melhor amiga acabou de passar por uma separação difícil. Em vez de ser indiferente, você a abraça e diz: “Sinto muito que você esteja passando por isso. Só posso imaginar o quão doloroso deve ser.” Você transmite empatia e apoio, em vez de simplesmente ignorar os sentimentos dela.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Fetiche de feminização forçada, um breve resumo

Traduzido de Claudia Tyler Mae

fetiche de feminização forçada é um assunto que desperta curiosidade em muitas pessoas, no entanto é confuso para quem não conhece direito e problemático nas suas associações. Aqui está um rápido “O que é?”, “Por quê?” e "E então…?".


O que é?

Grosso modo, seria quando um homem é relutantemente obrigado a se vestir, se apresentar e agir “como uma mulher”. É aí que o senso comum termina. Tal como as comunidades trans e fetichistas de onde provém, o propósito da transformação e o resultado variam enormemente entre os praticantes.

E justamente esta enorme variação é a raiz de muita confusão.

Lembre-se de que o que outra pessoa associa a uma determinada aparência, palavra ou ato não é necessariamente o que você associa a essas mesmas coisas. Uma calcinha pode fazer alguém se sentir confortável, pode deixar alguém excitado ou pode fazer a pessoa se sentir completamente desamparada.

Infelizmente, a maioria dos observadores externos desconhece a enorme variação de identidades não conformes de gênero que existe. Ao contrário da grande mídia, não somos apenas drag queens ou supermodelos transgênero. Se você conhecer alguém que explora o gênero, saiba que pode ser uma expressão transgênero ou de disforia, um fetiche por peças de roupa específicas, uma forma de explorar a sexualidade, uma performance ou uma série de outras associações. Cada uma dessas forças motrizes leva a diferentes abordagens sobre a feminização.

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

O que acontece se um homem tomar estrogênio por um ano?

Se um homem cisgênero tomasse estrogênio por um ano apenas por “experiência”, ele logo experimentaria a disforia de gênero. As mudanças provocadas pelo hormônio certamente afetariam o estado emocional dele. Se fosse uma mulher transgênero, ela meio que teria a experiência oposta já que o estrogênio iria afirmar feminilidade dela. Alguns descrevem essa sensação como euforia de gênero.

No caso dos crossdressers a situação é um pouco mais complicada já que nem todos querem abrir mão do lado masculino por completo. Sei que diversos crossdressers tem um pouco de curiosidade sobre os "efeitos mágicos" da terapia hormonal e conheci alguns que se aventuraram por conta própria com esses medicamentos para sentir um pouco do gostinho, mas saiba que os efeitos são mais complexos do que esperamos e alguns podem até ser permanentes. Claro que variam de pessoa para pessoa, mas esse artigo traz um panorama do quanto a hormonização pode mexer com o nosso corpo.

De maneira geral, assim que o medicamento começar a surtir efeito, a pele dele ficará mais macia. Os poros da pele ficarão mais fechados. O odor corporal irá diminuir, assim como a transpiração. O cabelo ficará mais sedoso, juntamente com os pelos corporais e faciais. Se a calvície estiver causando a queda dos cabelos, isso provavelmente irá parar. A gordura corporal começará a se redistribuir pelo corpo, saindo da barriga e indo para os quadris.

Depois de algumas semanas, a região dos seios ficará sensível e dolorida. Assim como uma moça na adolescência, o corpo dele passará a desenvolver lentamente o volume dos seios, que continuarão a crescer nos primeiros anos de tratamento. Os mamilos também crescerão e ficarão do tamanho de mamilos femininos.

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

7 coisas que aprendi após a cirurgia de confirmação de gênero

Traduzido de Rejserin

Muitas pessoas perguntam como é a cirurgia de confirmação de gênero e qual é o impacto em sua vida depois de anos. Fiz minha cirurgia na Tailândia em 2008, em um ponto interessante da história mundial onde ser trans era ser uma parte mais ou menos aceita do mundo, mas também quando ser trans era um mistério para a grande maioria das pessoas. Aqui, quero compartilhar sete coisas que aprendi sobre mim e sobre o pós-operatório que vivi nos últimos quinze anos.


1) Minha recuperação foi estupidamente fácil

Comparado com muitas pessoas, acho que a minha recuperação pessoal foi mais fácil do que parece. Fui aconselhado antes da cirurgia a manter a minha rotina de exercícios, reduzir o consumo de álcool e perder peso. Além disso, disseram-me para comer tudo o que me dessem no hospital, independentemente de eu gostar ou não do sabor. Embora você não possa comer alimentos sólidos, as enfermeiras tailandesas me forneceram bastante sopa, o que ajudou a me manter hidratado e nutrido durante os quatro dias sem alimentos sólidos. Quando chegou a hora de deixar o hospital, saí sem qualquer ajuda e, quando voltei para casa, três semanas depois, consegui praticamente seguir com a vida normal.

Minha ressalva ao compartilhar isso é que nem todos têm o mesmo processo de recuperação e cada corpo é único. Meu maior conselho é entrar em forma o máximo possível antes da operação e se manter nutrido durante a internação. Essas coisas não são fáceis, mas, na minha opinião, ajudaram muito na minha recuperação.


2) Sexo e intimidade são intensos e lindos no meu corpo pós-operatório

É difícil descrever o efeito que o estrogênio teve em meu corpo quando se trata de tocar, ser tocada e sensibilidade geral. Fiz muito sexo antes da cirurgia, e uma das maiores diferenças foi que no pós-operatório me senti completamente à vontade com meu corpo, sem a preocupação de que meu parceiro me achasse estranha. Eu gosto do frisson que veio com esse meu corpo e, embora tenha demorado alguns meses para me acostumar, rapidamente se normalizou. Raramente faço sexo com penetração com homens, mas quando o faço parece certo, sem inibições ou desconexão neural. Sexo com corpos femininos está em outro nível e tem uma quintessência própria.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Os benefícios de estar em contato com seu lado feminino

Vi Oliver

Traduzido de Roanyer

No artigo de hoje, vou apresentar alguns dos benefícios do estilo de vida que nos unem neste blog: uma vida mais feminina! Caso você não tenha parado para pensar nisso, hoje vamos explorar alguns dos benefícios de abraçar a nossa feminilidade!

Se você é relativamente novo neste mundo ou já está nele há muito tempo, tenho certeza de que você captou o que eu quero dizer. Espero que este post não apenas faça com que você tenham um pouco de orgulho de si mesma, mas também te encoraje a continuar cultivando sua feminilidade! Vamos ao que interessa sem mais delongas!


Elegância e senso de moda

Bom, não há dúvidas de que o feminino é o gênero mais bem vestido, certo? Não apenas isso, mas o número de opções disponíveis para criar suas roupas exclusivas é incrível! Além disso, a etiqueta feminina requer tanta atenção aos detalhes que é sempre bom praticá-la e aperfeiçoá-la. Essas duas coisas podem ser praticadas todos os dias de muitas maneiras diferentes.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Infância transgênero: brincando de boneca

Traduzido de Meghan Cherry

Existem muitos estereótipos e narrativas sobre mulheres trans jovens e enrustidas. Alguns são pura transfobia descarada, besteira intolerante gerada por escritores que resumem a experiência trans para feminizar homens de calcinha. Alguns vêm de dentro – são anedotas compartilhadas entre mulheres trans contando histórias de vida isoladas, mas semelhantes. Mas alguns poucos desses estereótipos pairam no meio termo. Os raros pedaços de verdade em como a cultura mainstream assume que as mulheres trans se encontram, e como nós realmente nos encontramos.

Para mim, esse estereótipo preciso era usar um avatar feminino em videogames. Mesmo antes de saber o que a palavra "transgênero" significava, eu sabia que havia algum tabu em escolher intencionalmente jogar um jogo eletrônico com um personagem de gênero diferente do meu. (Isso me atingiu pela primeira vez em uma idade jovem jogando Pokémon, quando acidentalmente usei o símbolo feminino (♀) em vez do símbolo masculino (♂) no meu personagem. Meghan da segunda série nunca ouviu o fim.)

Professor Carvalho, não preciso dessa merda agora.

Isso foi ainda mais complicado com a ascensão de Tomb Raider, uma série cujo protagonista principal foi vendido como heroína de ação e símbolo sexual. Eu nem tinha um PlayStation na época, mas sabia muito bem quem era Laura Croft. A mensagem sempre foi clara – se você é um homem jogando com um personagem feminino, ou você é gay ou é pervertido.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

A realidade de ser mulher em um mundo transfóbico

Do filme A Garota Dinamarquesa (2015)

Traduzido de Chichi A

Existe algo que todas as pessoas que se identificam com mulheres têm em comum: a experiência de ser mulher socialmente. A diferença é que as mulheres cisgênero vivenciam essa bagagem muito antes das mulheres transgênero. Em um mundo hoje inundado de transfobia, meu coração sangra. Algumas ideologias feministas que poderiam proteger todas mulheres agora estão atuando de maneira excludente. Mas como é a vida sendo transgênero em um mundo machista? Vamos discutir sobre isso.

Quando crianças, nossos corações eram muito inocentes. Adorávamos os brinquedos e a atenção que nossos pais nos davam. Mas até as crianças reconhecem o gênero. Esse reconhecimento começa quando eles observam seus pais. O papai é mais masculino e a mamãe tem um fenótipo feminino mais suave. Normalmente, os pais também começam inculcando os papéis de gênero nas crianças por meio de palavras de afirmação como: “Você é a garotinha do papai” ou “Esse é o garotão do papai”. De fato as crianças são tratadas de forma diferente com base em seu sexo biológico. Se você reparar no mercado de brinquedos normalmente vai notar bonecas hiper-femininas e conjuntos de utensílios domésticos de brinquedo no setor rosa de meninas e bonecos de heróis hiper-masculinos e brinquedos de ciência e tecnologia no setor azul de meninos. A maioria das crianças se encaixa nesses papéis e comportamentos de gênero, no entanto outras não. Para aquelas crianças que não se encaixam nesse papel, a sociedade tende a excluí-las desde muito cedo. Inclusive isso está nas palavras que professores e colegas usam para descrevê-los. Se eles têm pais religiosos, eles enfrentam até mesmo ódio por suas identidades dentro de casa. As crianças transgênero ouvem palavras como: “Você é um menino, pare de agir como uma menina” ou “Você é uma menina, vá brincar com a sua boneca”.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Por que alguns crossdressers mudam de personalidade quando se montam?

Traduzido de Roanyer

Cada crossdresser é um ser único. Temos diferentes formas e tamanhos, e cada um de nós tem uma personalidade distinta. É isso o que define quem somos, mas às vezes isso muda. Alguns crossdressers têm uma personalidade diferente enquanto estão en femme. Normalmente essa personalidade não se parece em nada com seu eu masculino. Mas por que isso acontece? E como lidar com essas mudanças?

Esse tipo de situação é mais comum do que você imagina. Pessoas buscam maneiras diferentes de se expressar quando se travestem. Portanto, experimentar diferentes traços de personalidade é normal. Nesse caso, ter paciência e compreensão se tornam nossos melhores aliados.

Fique ligado se você está curioso sobre as razões e consequências disso. Neste artigo, responderei às suas perguntas.


1. Como se percebe essa mudança?
Algumas pessoas acham que essas mudanças na personalidade são sutis e pouco perceptíveis. É apenas de vez em quando. Mas mesmo que seja, podemos notar algumas pistas.

As táticas para notar podem diferir dependendo da cada personalidade. Mas seguindo as minhas dicas você será capaz de perceber isso. Lembre-se de que é normal e acontece com frequência com inúmeros crossdressers.

Você precisa ser paciente ao procurar perceber essas diferenças em si mesmo. Tente interagir com outras pessoas com o seu eu masculino e novamente enquanto en femme. Tente prestar atenção em como você os trata e se sente ao falar com eles. Se você não se sente à vontade para conversar com outras pessoas vestida de menina, preste atenção nos seus pensamentos.

Que novas sensações podem estar influenciando suas ações?
Como você responde a isso?
Outra ideia é monitorar seu comportamento online enquanto estiver como mulher, mas este método não é tão eficaz.

Em relação às outras pessoas, as táticas são diferentes, embora ligeiramente semelhantes. Uma excelente maneira de começar é se aproximando dessa pessoa. Se você já sabe que ele se traveste, não deve ser difícil. Se ele se abriu contigo, essa pessoa provavelmente confia em você. Tente passar mais tempo com ele, fazendo várias atividades enquanto en femme e como seu eu masculino. Enquanto faz isso, preste atenção às mudanças de humor e mudanças de personalidade. Isso pode ser sutil, mas ainda é perceptível se você passar tempo suficiente com essa pessoa.

quarta-feira, 14 de junho de 2023

A jornada emocional do crossdresser: superando a vergonha e construindo a confiança

Traduzido de Roanyer

Crossdressing é uma arte praticada há muitos séculos, mas ainda é algo estigmatizado e incompreendido por diversas pessoas. É uma jornada emocional para quem se envolve com a prática, e pode ser difícil superar alguns sentimentos negativos. Isso pode tornar difícil para os crossdressers se sentirem confiantes e aceitos. E eles lutam com isso ao longo de suas vidas cotidianas.

Aqui, explorarei a jornada emocional dos crossdressers. Meu objetivo é criar uma comunidade mais solidária e compreensiva em todos os lugares. Neste artigo falarei sobre algumas das emoções que nossas irmãs vivenciam. Meu objetivo é fornecer dicas para você construir confiança e autoaceitação.


1. Superando a vergonha e a culpa

Superar a vergonha e a culpa associadas ao crossdressing pode ser uma jornada desafiadora. Não é incomum que crossdressers se sintam estigmatizados. Eles também podem se sentir incompreendidos e envergonhados de seu comportamento. Isso pode levar a uma autopercepção negativa e sofrimento emocional. No entanto, é importante entender que na verdade não há nada de errado com isso. Ao se aceitar, você pode começar a construir uma autoimagem mais positiva. É a chave para superar os sentimentos de vergonha e culpa.

Uma maneira de mudar sua mentalidade e superar as emoções negativas é reformular seu pensamento. Evite focar no estigma social associado ao travestismo. Em vez disso, concentre-se nos aspectos positivos disso. Muitos crossdressers relatam sentir-se mais confortáveis em sua pele ao se apresentarem en femme. Ao focar no lado positivo, você pode começar a mudar sua perspectiva. É assim que você começa a construir uma autoimagem mais positiva.

Outra maneira de superar a vergonha e a culpa é por meio da autocompaixão. Pratique ser gentil e compreensivo consigo mesmo. Como você seria para um amigo próximo passando por uma experiência semelhante. Lembre-se, você não está sozinho nessa jornada e é possível superar as emoções negativas. Com o tempo, você pode construir um relacionamento positivo consigo mesmo. E o primeiro passo é aceitar seus comportamentos de femininos.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Nem toda Masculinidade é tóxica

 

Traduzido de Universidade de Worcester USA

Desenvolvendo uma cultura de masculinidade positiva na sociedade

O que significa descrever alguém como “masculino”?

Em 1984, Franklin identificou traços de valor masculino que eram tipicamente ligados à masculinidade, incluindo agressão, domínio e falta de emoção. Embora, felizmente, muito tenha mudado desde então, as percepções do que significa ser masculino ainda estão frequentemente ligadas nas pesquisas a comportamentos e traços rígidos, principalmente em torno do sexismo e da falta de emoção (Levant & Richmond, 2016).

Essas ideias são particularmente preocupantes, dada a pressão constante enfrentada por muitos homens e meninos para afirmar, provar e manter constantemente sua masculinidade (Vandello & Bosson, 2013). A pressão para realizar essa ideia de masculinidade pode ter um impacto negativo significativo na saúde mental dos homens, além de trazer sérias consequências para as pessoas ao seu redor e para a sociedade em geral (Morin, 2020), pois algumas atitudes e comportamentos de homens podem acabar sendo conduzidos pelas expectativas dos outros, ao invés de seus próprios desejos e valores.

Um exemplo desse tipo de comportamento é se um atleta masculino compartilhar um meme sexista com seus companheiros de equipe no WhatApp, mesmo que os destinatários se sintam desconfortáveis com isso ou reconheçam que é problemático, a definição "tradicional" do que significa ser masculino determina que a resposta "socialmente correta" é rir junto e talvez continuar a "piada" compartilhando algo ainda mais extremo. O estudo de Burrell (2021) com estudantes atletas do sexo masculino descobriu até que comportamentos que normalmente seriam considerados problemáticos, como aparecer bêbado na casa de um parceiro e exigir permissão para entrar, eram na verdade vistos com simpatia por outros homens quando considerados pelas lentes do esperado. comportamentos masculinos.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Confissões de um crossdresser fetichista

Traduzido de Claudia Tyler-Mae

A adorável Sarah Lewis tem um post aqui onde ela responde a alguns questionamentos sobre as suas taras sexuais. Gostei tanto que pensei em responder às mesmas perguntas.

Compare e contraste se quiser. Caso contrário, apenas me julgue. E veja se me importo.


10. Você quer ser mulher?

Não. Eu seria péssima nisso. Sou sem graça, insensível, tenho poucas habilidades sociais e um senso de vestimenta de um pato.

Ou não. Meu gênero não é um problema para mim. No dia a dia não me preocupa como as pessoas me percebem. Se eu fosse uma mulher, ainda andaria de jeans e camiseta, me esqueceria de marcar hora no cabeleireiro e trataria as outras pessoas exatamente como trato agora.

Ou… Sim, quero ser graciosa, socialmente habilidosa, cuidar da minha aparência, poder expressar minha sexualidade e ter total liberdade na maneira de me vestir.

Certa vez, li uma longa ficção sobre uma Dominadora que captura um homem e lentamente o transforma em mulher. No final, ele(a) passou pela cirurgia de mudança de sexo e viveu como mulher. Isso me fez chorar. Não porque era o final feliz que eu queria para mim, mas porque eu sei que não posso ter esse final feliz.

Não sou tão motivada por minha identidade a ponto de querer me tornar uma mulher com sucesso – nem me encaixo na definição de transexual. Em vez disso, sento-me em algum lugar dentro do espectro, levemente disfórica às vezes, simpatizante da ideia e desesperada pelo papel de gênero, mas, no final das contas, ainda me sinto masculino e sem uma "resposta fácil", sem um final feliz como uma linda princesa.

Realmente não é uma princesa

É frustrante e triste, mas não há nada que realmente mude essa situação, a menos que alguém invente uma varinha mágica que realmente funcione. Meu lado masculino normalmente vence a batalha e, no geral, está tudo bem.

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Uma Mulher Transgênero na Idade Média

A história de um poema medieval sobre como se tornar seu verdadeiro gênero.

Representação de mulheres na Hagadá de Sarajevo,
manuscrito em pergaminho do século XIV, Espanha.

Traduzido de Crossdreamers

Muitos de vocês devem ter se deparado com o seguinte argumento no debate sobre a vivência transgênero: como o crossdressing e as identidades transgênero são construções sociais, é provável que isso seja fruto da sociedade capitalista moderna, do patriarcado ou de algo igualmente sinistro – uma linha de argumento que provavelmente levará a uma discussão limitada sobre sexualização e fetiches.

Essa impressão é reforçada pelo fato de historiadores e estudiosos da arte terem a tendência de ignorar – ou censurar abertamente – as vozes de pessoas com variantes de gênero de outras culturas e épocas.

Como comentei em meu artigo sobre o Kama Sutra, até recentemente todas as traduções para o inglês desse trabalho pulavam a parte sobre mulheres heterossexuais dominando homens heterossexuais, provavelmente porque era considerado algum tipo de ameaça à ordem mundial ou algo aparentemente impossível de entender.

Portanto, é necessário muito estudo e trabalho neste campo. Estou confiante de que, se procurarmos, encontraremos crossdressers e transgêneros em todas as culturas e em todas as épocas. Suas vidas serão expressas de maneiras diferentes de acordo com a linguagem local e a estrutura cultural (como são hoje), mas terão algo em comum: um desejo ou uma necessidade de expressar ou ser reconhecido como seu verdadeiro gênero ou como uma mistura dos dois.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Por que a disforia de gênero, em vez da identidade de gênero, explica a transição de gênero

Traduzido de TaraElla

Por que a disforia de gênero, em vez da identidade de gênero, explica a transição de gênero e por que isso importa.

Nos últimos anos, houve um intenso debate sobre a "validade", ou a falta dela, do conceito de identidade de gênero. Em várias ocasiões, defendi a validade da identidade de gênero com base em minhas próprias experiências de vida como uma mulher trans. O que eu também fiz, mas não enfatizei na época, foi que basicamente desmistifiquei o conceito de identidade de gênero ao fazer isso.

O que eu disse foi que me identifiquei como mulher porque compartilho os interesses e preferências das meninas desde quando eu crescia e até hoje estou vivendo socialmente muito mais próxima das mulheres do que dos homens. Em outras palavras, me identificar como mulher é simplesmente o resultado de me identificar com aquelas pessoas que compartilham preferências sociais e de estilo de vida comigo, por um longo período de tempo. Não é diferente de se identificar como canadense, conservador ou torcedor de um determinado time de futebol. As pessoas fazem essas identificações subjetivas o tempo todo, é assim que damos sentido ao mundo ao nosso redor.

No entanto, o que também vejo agora é que isso, por si só, não explica minha transição de gênero. De fato, alguns homens gays afeminados também dizem que se identificam com mulheres ou com a feminilidade, pelo menos até certo ponto, e por razões semelhantes. No entanto, eles não sentem a necessidade de passar pela transição de gênero. Para complicar ainda mais as coisas, há um número substancial de mulheres trans que relatam que não se “identificavam como mulheres” no início de sua transição. Elas apenas “queriam ser mulheres”. A razão pela qual elas não “se identificavam como mulheres” era porque não sabiam o que era ser mulher até que começaram a “se tornarem uma” socialmente. Essas mulheres trans normalmente não relatam ter tido uma infância feminina, ou mesmo uma juventude feminina, portanto, elas não têm motivos para se identificar assim como mulheres como eu. Portanto, é natural que essas pessoas não se “identifiquem como mulher”. Isso prova ainda mais que a identidade de gênero não é diferente de outros tipos de identidade subjetiva.

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Esse homem se parece com uma mulher

Fig. 1 O Jovem Cristo

Traduzido de The Ontological Machine

Durante o ano passado, olhei para esta imagem inúmeras vezes. A primeira vez que a vi eu estava em uma palestra tediosa, daquelas que o palestrante fica passando slides de PowerPoint – apresentações depois do almoço nunca foram a minha praia. Se sabe, quando alguém não sabe direito sobre um determinado tópico de arte, tudo começa a se fundir na mesma coisa (depois de uma certa quantidade de querubins e mulheres nuas, eles parecem todos iguais). Mas quando você aprende a olhar, tudo começa a fazer sentido. De repente, as curvas daquelas mulheres nuas dizem algo sobre o pintor, e o uso de um determinado pincel nos querubins ajuda a distinguir o período. Depois disso, qualquer apresentação de slides se torna mais divertida e leve, como uma versão artística de Onde está Wally. Você deve supor que eu gasto meu tempo de maneiras muito estranhas, e você está certo.

E eu devia estar no limite do conhecimento, porque enquanto o palestrante passava rapidamente pelas imagens, uma delas imediatamente me tirou o sono. Essa figura de olhos amendoados e cabelos cacheados perfeitamente articulados parecia estar olhando para um interlocutor invisível como se estivesse no meio de uma conversa. Algo sobre esta imagem estava me deslumbrando. Talvez fosse o uso da luz, ou talvez sua proximidade, como se eu vivesse uma intimidade da qual não pudesse escapar. Isso me fez sentir algo que nunca pensei ser possível enquanto assistia à arte renascentista: me deixou desconfortável.

Não demorou muito até eu perceber que a imagem não era de uma mulher núbil olhando para longe com modéstia. O retrato era de um menino. E aquele menino era Jesus Cristo. Apenas um GIF poderia transmitir minha surpresa naquele momento, e eu tive um milhão de perguntas imediatamente. Por que essa imagem é tão perturbadora para mim? Por que ele parece uma mulher? Quem pintou isso? Eles queriam que ele parecesse com uma mulher? Onde a pintura seria apresentada?

quarta-feira, 22 de março de 2023

6 questões-chave para refletir sobre o seu crossdressing

Traduzido de Enfemme Style

Seis perguntas-chave para te ajudar a determinar onde você realmente está com seu crossdressing

Tenho certeza de que quase todos os crossdressers concordarão que estão em uma jornada emocionante, cheia de acontecimentos e bastante extraordinária.

No entanto, nossas jornadas podem não ser todas iguais em termos de como ou com que rapidez avançamos ou progredimos. Para a maioria de nós, existem muitos fatores estranhos, questões pessoais ou internas e assim por diante e, portanto, nossa jornada acaba nunca sendo uma estrada reta. Também não nos movemos perpetuamente em um ângulo de 45º a partir do ponto de partida, na verdade está mais para uma subida; uma estabilizada; então sobe um pouco mais, estabiliza. Às vezes, talvez até dêmos alguns passos para trás antes de continuar para a frente e para cima.

Também é improvável que nossos caminhos sejam isentas de armadilhas, problemas e dúvidas; arrependimentos e recriminações (se formos descobertos) e talvez até expurgos (ugh!) – bem como, é claro, a alegria indescritível e a maravilha de como podemos nos transformar, de maneira muito apresentável, em uma mulher atraente…

De vez em quando, sei que muitos de nós já pararam para refletir sobre o que conquistamos, até onde chegamos – e talvez até contemplem ou tentem adivinhar até onde essa nossa jornada travesti nos levará. Nesses momentos, perguntas e mais perguntas surgem em nossas mentes, algumas recorrentes, outras novas.

De outras pessoas com quem conversei, as perguntas mais comuns incluem:

1. Você ainda se traveste da mesma forma que fazia quando começou?
Como todos sabemos, é quase impossível parar de se montar; para aqueles que purgam (não é um bom pensamento!), não importa quantas vezes o façam, a necessidade/desejo ainda volta. Para a maioria das pessoas que pratica crossdressing há 2 ou 3 anos ou mais, é provável que você tenha começado usando apenas sutiã, calcinha e meia-calça… Eu diria que mais de 80% que começaram com roupas íntimas básicas, agora buscam transformações completas.

De fato, você seguiu em frente!